Uma analogia batida permite a comparação entre a chuva e uma lágrima. Ambas formam-se a partir do acúmulo, a primeira em relação às gotículas de vapor d'água e, a segunda, decorrente de introspectivos sentimentos.
Tal acúmulo eclode em uma consequência: a chuva, podendo ter diferentes acompanhantes - tanto o sol como o trovão -, ou o choro, que também pode estar aliado ao sorriso ou ao soluçar. Felizes, ou, dependendo da situação, infelizes aliterações. Chuva e choro, choro e chuva. Gotas, lágrimas. De verão, de momento. Torrenciais, breves.
O que se pode analisar, é que tanto uma quanto a outra possuem a função de expelir, jogar para fora. Com a chuva, apesar de possíveis efeitos danosos decorrentes de enchentes, o tempo melhora, o céu abre, a qualidade do ar se eleva, as plantas se nutrem. Com o choro, a essência interior se alivia, adquire-se a sensação de tranquilidade, a serenidade se renova, a angústia diminui, o sofrimento é, levemente, apartado.
Paris, a cidade luz, tão poética, tão inspiradora, tão romântica. Para os apaixonados desiludidos, no entanto, pode ser palco de meros desgostos, com direito a lágrimas e lembranças. Apesar disso, a solução está nas próprias gotículas de água que envolvem o belo cenário: andar na chuva, pensar, sonhar, sorrir, sentir. É disso que precisam para se soltarem, serem livres e independentes.
Jogar para fora, livrar-se daquilo que não está no lugar certo, que não está fazendo bem. Isso é sempre muito difícil, mas fundamental ao crescimento.
É preciso viver a cada instante, como se fosse o último, porém com sabedoria. Não viva apenas por viver, esperando que os fatos do destino levem a algum lugar e ajudem a tirar uma conclusão, ou a solucionar uma dúvida persistente. Não abra mão do que está bem na sua frente, porque nunca se sabe até quando isso poderá estar nesse devido local. Aproveite e racionalize o tempo, organize-se. Valorize ao máximo as pessoas que estiverem no seu vagão, aproveitando cada instante, elogio e ensinamento que pode receber. Vai dar certo. Tudo o que chega, acontece sempre por uma razão.
Por isso, solte. Liberte-se. Abra mão. Permita-se. Afinal de contas, apesar de o caminho ser difícil, sombrio e gelado, ele se torna poético para quem vê de fora - ou lá de cima - e analisa o seu crescimento. E, nunca se esqueça: no fim, o tempo abre, tudo melhora. A essência interior se renova. Para de existir, viva.'
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