segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Impulso.

"A, E, I..1, 2, 3..pliê. Mais, menos..substantivos, pronomes.., colors, rainbow..niña, corazón, pliê.

Desde a infância, há bombardeios de informações e novidades, todas quase que simultâneas, mas necessárias para a formação de uma personalidade. Tudo que nos é ensinado visa ao alcance da perfeição..de modo que todos os nossos atos e escolhas levem a ela, direta ou indiretamente.

Partindo desse pressuposto, há aqueles que crescem condenando esse modo de vida, achando a "perfeição" chata e repugnante, e, o certinho demais, um verdadeiro "porre". No entanto, há outros que realmente acatam a essência do que lhes é transmitido, moldando suas vidas em torno daquilo que consideram "certo, correto, perfeito".

Acontece, que ares angelicais, doces e pacíficos não são, necessariamente, evidências da perfeição, ao contrário do que foi ensinado àqueles que adquiriram essas características. O mundo é feio e sujo, não uma casinha de bonecas. Mesmo com esforço e com a procura de sempre dar o seu melhor, sempre vai aparecer alguém, importante pra você, que irá lhe condenar e fará com que reflita e repense acerca de todos os seus valores: afinal, é errado ser doce e compreensiva? O certo é gritar, xingar e desprezar? Existe certo ou errado? Quem é adequado pra avaliar ou julgar isso?

A verdade é que nenhum extremo é aceitável..mas será que é possível a coexistência? Cisne branco e negro em uma só? É necessária a morte da pureza e da perfeição para se libertar?

Difícil...os valores são tão distorcidos. Uma visão de mundo nos é passada, para, futuramente, ser condenada. É quase um paradoxo. As noções de "certo" e "errado" se tornam duvidosas e trocadas, muito confusas.

Todas essas perguntas são, no fundo, retóricas. Só é irritante pensar que parâmetros sociais lhe formam, para, depois, atirarem-lhe pedras. A melhor saída, talvez, seja não ligar para o que os outros dizem..e ser você. Simplismente, pelo fato de você ser única, impassível de comparação a qualquer estereótipo. Os homens são universos inteiros, o que os torna instáveis, imprevisíveis.

Portanto, surpreenda aquele que lhe julgar. Mostre o cisne negro que existe na sua essência, mesmo sendo um perfeito cisne branco, repleto de amor e carinho."

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Always.

"Jane não estava feliz. Ainda sentia um afeto muito profundo por Bingley. Não tendo nunca antes sequer se julgado apaixonada, sua afeição tinha todo o entusiasmo do primeiro amor e, pela idade e personalidade, maior firmeza do que os primeiros amores costumam demonstrar; e ela apreciava com tanto fervor a lembrança dele e o preferia a qualquer outro homem, que tinha de se valer a todo o seu bom senso e de toda a sua atenção aos sentimentos dos amigos para não se entregar àquelas saudades danosas à saúde e à tranquilidade."


"Começava agora a compreender que ele era exatamente o homem que, pelo caráter e pelos talentos, mais combinaria com ela. Sua inteligência e seu temperamento, embora diferentes dos dela, teriam correspondido a todos os seus desejos. Teria sido uma união proveitosa para ambos; pela desenvoltura e vivacidade dela, o humor dele teria sido abrandado e suas maneiras, melhoradas; e, com o discernimento, a cultura e o conhecimento de mundo que ele tinha, ela se teria beneficiado ainda mais."


- AUSTEN, Jane. Pride and Prejudice.